quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Estamos assim

Nervosos e serenos, felizes e tristes, entusiasmados e apáticos. Isto tudo é uma montanha russa de emoções e ainda não entendi se está para acabar ou se ainda agora arrancou. Gosto muito de Manchester, apesar de mais conhecer a city que ainda não passeámos muito pelos bairros. Ando aqui a sonhar com uma daquelas casinhas todas iguais com jardim atrás para a minha família ser muito feliz mas obviamente que em 2 dias ainda não arranjamos. Amanhã vou ao meu novo trabalho e tenho o estômago às voltas! Cada vez mais temos a certeza que um carro nos vai fazer muita muita muita falta e ainda não sabemos como resolver isso. Temos falado inglês a valer, mesmo ainda não sendo o mesmo inglês deles dá para o gasto. A parte má disto é que se deixa demasiado para trás e é inevitável pensar, matutar no assunto vezes e vezes sem conta. Quando a coisa estabilizar vai ser mais fácil e criaremos raízes aqui também. Os nossos filhos irão nascer aqui, vão crescer aqui, espero envelhecer aqui. Mas hoje o meu coração ainda está lá e aquela coisa da vida boa que vimos à procura não consola tudo. Não sou de vidas perfeitas, longe disso. Tenho grandes amigos mas sei que alguns deles por causa disto também vão ficar pelo caminho, mais cedo ou mais tarde. É a vida, mais uma vez. Tenho muito mais pena de ainda não ter conseguido falar com a minha avó,  que não sabe ler nem escrever e não tem telefone em casa. E foi, com certeza, a pessoa que mais sofreu por me deixar vir. E eu venho embora sem saber como a vou encontrar na próxima vez que estejamos juntas e sem puder fazer mais nada para a ajudar numa vida que também nunca foi justa com ela. Isto é que dói. Mas não há mas, há coragem. E ultimamente tenho sentido que ela tem que vir de algum lado, dê lá por onde der. Que ela não me falte, é só o que vou pedindo!