domingo, 16 de junho de 2013

Uma questão de justiça

Se a minha classe, os Enfermeiros, lutassem pelos seus direitos metade do que vejo os Professores fazerem acho que não estaríamos neste poço sem fundo. Admiro-os muito por isso, já tenho dito várias vezes. Mas por mais que dê voltas à cabeça não entendo como é que podem fazer o que vão fazer amanhã. Não me parece que seja a melhor forma de luta, é um direito deles e devem ter as suas razões mas estão demasiadas coisas em causa para as pessoas com quem eles trabalham e que nisto tudo estão a ser tratados como números e pouco importa o que lhes vai acontecer. Acho, sinceramente, que não deviam dizer que acima de tudo para eles, estão os alunos. O bem estar dos alunos, a felicidade dos alunos, o sucesso dos alunos. Não estou a dizer que muitos professores não pensem realmente assim mas a fazerem isto só estão a pensar neles! Assim de repente não estou a ver o que os alunos vão ganhar amanhã nem em que momento pensaram neles nisto. E não vão ser prejudicados e blablabla mas seja como for não é justo para nenhum daqueles que está a decidir o seu futuro agora, futuro esse que já não se imagina risonho. 

Um dia sou turista na minha própria cidade

Depois de ter visto no blogue da Rachelet fiquei mortinha por experimentar estas worst tours pela minha cidade. Como andamos em contagem decrescente e queríamos arranjar programa para um fim de semana que não dava para praia, passámos a tarde de sábado a correr o Porto de lés a lés. Com mais 5 alemães e os dois arquitectos não guias desempregados fomos a um sem número de sítios e vi coisas por aqui que nem sonhava que existiam. É o bom destas visitas! Achei que para quem não conhece o Porto não é suficientemente esclarecedora da cidade mas não deixa de ser rica, acho que é mesmo isso que eles querem demonstrar, a outra riqueza da cidade, a das pequenas coisas, que os turistas encontram facilmente os clérigos e a ribeira. 


Começámos no jardim do Marquês debaixo de um sol quentinho e seguimos pela rua do Bonjardim. As fachadas das casas em azulejo são espectaculares, já à muito que tinha reparado nelas porque na zona onde cresci e vivi até à pouco não se vê tanto. Pena a maioria delas, e grande parte da cidade, estar degradada. 


Fomos a uma horta comunitária no Musa (se bem me lembro) que tem uma vista bem bonita e couves, milho, galinhas, morangos... As escadas fizeram-me lembrar a quinta do meu avô. Eu, que ando com a melancolia em máximos históricos, fiquei logo a matutar naquilo. Nunca mais lá voltei avô, sem vocês não é tão bonito. 


Fomos à igreja da Lapa e dei conta que nunca tinha entrado numa igreja aqui! O chão é lindo, em contraste com os vestidos horrorosos dos convidados do casamento que estava prestes a acontecer por lá. Andámos até a uma das zonas da cidade que mais gosto, as virtudes. E descobri o miradouro da Vitória que é mesmo ao lado do jardim e nunca tinha dado conta dele! Aquela vista enche-me sempre a alma, que saudades vou ter dela. Guardei uma recordação de um graffiti do Hazul antes que o Rui Rio o mande pintar. Mas a cidade já não quer saber dessas coisas, já respira o S. João e mal posso esperar pelo dia! Terminámos em Miragaia, um dos primeiros sítios que conheci aqui e onde quero ir dar um passo de dança no domingo. 


Nunca pensei que os clérigos tivessem 25 andares. Nunca reparei que a torre está na parte de trás da fachada e no quanto isso é estranho e, melhor, é a única igreja no mundo que está assim. A prisão é em forma de triângulo. Isto tudo porque não havia espaço e os arquitectos fizeram os monumentos conforme dava mais jeito. Não tinha ideia de um sem número de coisas que conversámos ontem e nem nunca ia ficar a sabe-las provavelmente. Imagino que haja pessoas com mais jeito para cativar os turistas e para tornar a visita ainda melhor mas eu adorei. Talvez porque leve mais um bocadinho do Porto comigo, talvez porque já fui aqui tão feliz que me sinta no direito desta cidade também ser minha. 

Mais informações no site e no FB da Worst Tours. Experimentem que vale muito muito a pena e além disso pagamos o que nos apetecer no final, o preço não é desculpa. 

God save the weekend

Sempre adorei ter a casa cheia, gosto de barulho, muita gente à mesa e conversas sem fim. Este fim de semana voltámos a ter amigos por cá, não há nada melhor. Se há coisa que não nos podemos queixar é da falta de visitas, apesar de estarmos cada vez mais separados pelas circunstâncias de cada um, é raro o fim de semana que não temos gente no Porto! E estamos cá à mais de um ano e meio. Sinto-me mesmo feliz por isso. Experimentámos o Armazém do Chá onde nunca tínhamos ido. Tem bom ambiente, onde dá para conversar e os chás são muito bons mas tenho mais curiosidade de conhecer a Rota do Chá, já vi fotos e parece ainda mais acolhedor. O pré S. João já foi uma desgraça, até tenho medo do que ainda está para vir. O mal é o dia seguinte que o vinho verde dá mas já não dançava com tanta vontade e tanta alegria à muito tempo, por isso que se lixe a dor de cabeça que trago! Experimentei pela primeira vez fazer tarte de lima, aos poucos e poucos chego lá. E a Uva também, que faz este truque a todas as refeições que há nesta casa e acaba sempre por levar uma prenda. 

L., queixo-me muito da falta de sorte que tenho tido nos últimos anos e tu ouves-me sem te cansares quase todos os dias. Mas a verdade é que nós tivemos muita sorte em vos encontrar, são uns amigos maravilhosos e vou ter saudades vossas a toda a hora, todos os dias. Nunca mais na vida cozinho sem avental!



Juro

Nunca mais voltar a pedir aquela última garrafa de vinho verde no fim do jantar. Mesmo que seja um jantar de despedida.