quinta-feira, 20 de junho de 2013

Fire with fire

É também nestas horas que adoro a minha profissão e tudo o que pode acontecer todos os dias. Os milagres da Medicina ou as maravilhas da vida. Combater um bicho com outro, que é como quem diz, combater uma leucemia com o VIH. Numa menina de 6 anos. Não faz sentido pois não? 

Já que andamos numa de melancolia, vejam aqui.

O que diz o teu abraço.

Se te quiserem convencer de que é impossível, diz-lhes que impossível é ficares calado, impossível é não teres voz. Temos direito a viver. Acreditamos nessa certeza com todas as forças do nosso corpo e, mais ainda, com todas as forças da nossa vontade. Viver é um verbo enorme, longo. Acreditamos em todo o seu tamanho, não prescindimos de um único passo do seu/nosso caminho. Sabemos bem que é inútil resmungar contra o ecrã do telejornal. O vidro não responde. Por isso, temos outros planos. Temos voz, tantas vozes; temos rosto, tantos rostos. As ruas hão-de receber-nos, serão pequenas para nós. Sabemos formar marés, correntes. Sabemos também que nunca nos foi oferecido nada. Cada conquista foi ganha milímetro a milímetro. Antes de estar à vista de toda a gente, prática e concreta, era sempre impossível, mas viver é acreditar. Temos direito à esperança. Esta vida pertence-nos.

José Luís Peixoto, Abraço

Walking on sunshine

Acordar às seis da manhã sem sono diz-nos que estamos crescidos, como lia noutro dia, ou então que temos muita coisa na cabeça e que estamos melhor acordados do que a sonhar que a festa de S.João do Porto é na nossa aldeia e às 18H já não há mesas para comer sardinha. E acordei com sol, já não me lembro de um céu tão azul há muito tempo! Isto sim aconchega-me a alma. 

Bom dia!


Empacotar a alma

Tenho a casa cheia de caixas. Tudo praticamente vazio e as caixas cada vez mais cheias. Cheira a tinta e a verniz. Olhar para as caixas deixa-me aliviada e ao mesmo tempo, terrivelmente triste. O G. não entende como é que eu posso andar a chorar se vamos embora para uma coisa tão melhor, se finalmente vão dar valor ao meu curso e ao meu trabalho. Cá em casa ele é a razão e eu o coração, como é óbvio. São muitos sentimentos à mistura, como uma TPM em ponto gigante. Estou muito feliz e completamente devastada. Empacotar 25 anos de vida em caixas à vista disto é fácil até, fazemos uma reciclagem boa ao que vale a pena e ao que não vale a pena. Nós não temos muito, felizmente,  o que torna tudo mais fácil. Mas empacotar a minha cabeça e o meu coração não vai ser pêra doce! A partir de agora é como diz o brazuca, sorrir pra não chorar.