terça-feira, 18 de junho de 2013

Voltei a ter fé na humanidade!

Hoje estive a falar com uma colega minha Enfermeira, que estudou comigo desde o 5º ao 12º ano, tirámos o curso juntas na mesma escola e neste momento também está desempregada. Como somos da mesma terra sabemos como funcionam as coisas nas poucas instituições que por lá existem, as oportunidades de emprego tem nome e morada pré-definida e não dá para gente honesta. Meio pequeno com pessoas ainda mais pequenas. Enquanto falávamos nisso ela contou-me que tinha emprego certo na unidade de cuidados continuados de lá, que é o melhor sítio tirando o hospital da zona, mas o mais podre, onde só se entra pela porta do cavalo. Surpreendentemente, disse-me também que recusou o convite por parte dessa instituição e de quem está à frente dela, a Santa Casa da Misericórdia. Ora eu, que estava parva da vida, perguntei-lhe porquê. Normalmente quem está mal queixa-se de não ter sorte, de as coisas não mudarem, do nosso CV não contar para nada, de ninguém nos dar uma mão! Mas ela não. Disse que por mais dificuldades que esteja a passar não queria estar num sítio a pensar em todos os que pisou para lá chegar. Aqueles que foram lá, tipo eu, e que foram mandados dar uma volta ou coisa pior. Disse-me que não queria ser aquela que estava a trabalhar à custa de não sei quem e que se era para isso preferia estar em casa. Que para lá estar e conviver com pessoas que acham que os empregos caiem do céu não é para ela. Eu, que já tinha perdido a minha fé na humanidade e apesar de saber que ela fala assim porque os pais tem uma vida boa e ela pode ir ficando com eles e esperar mais algum tempo por uma oportunidade fiquei mesmo contente. Quase que lhe bati palmas deste lado do computador, afinal ainda podemos ter esperança neste mundo!

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