terça-feira, 21 de maio de 2013

O que é português é bom, ou não

Hoje, depois de o Mourinho ter sido despedido do RM, tive uma curiosidade enorme de saber o que iriam dizer os jornais portugueses. E, como é óbvio não falaram que saiu pela porta pequena do clube, que é odiado por muita gente em Espanha e pelos próprios jogadores. Cá em casa gosta-se muito de futebol, partilho a vida com um doente à 11 anos. Ao contrário dele, eu até gosto do Mourinho mas a verdade é que em Espanha ele não se deu bem, está à vista de todos. O que me custa mais é este problema tão português que dá para os dois lados, ou não damos valor nenhum ao que é nosso ou então defendemos desmedidamente, sem sensatez e sentido de oportunidade nenhum. E eu, que não sou uma pessoa propriamente tolerante, não tenho paciência para estas coisas, só me apetece dizer a toda a gente que acorde, parece que estão a viver num mundo que só eles vêm e repetem alto para que todos acreditemos! Depois custa ver a outra face da moeda, e nem a propósito, aconteceu ontem um bom exemplo no programa Prós-e-Contras da RTP. O mesmo país que defende sem razão nenhuma até ao fim do mundo pessoas como o Mou ou o CR7 despreza rapazes como o Martim que foi interrompido da seguinte maneira por uma Dra. da Universidade Nova de Lx, que de uma forma muito clara deu a entender o que pensa do empreendedorismo em Portugal. Eu, que não sou doutorada mas até não sou inculta, também sei depois do que se passou no Bangladesh que uma camisa que chega a nós a 20€, tem um custo de produção de cerca de 1,5 cêntimos. Também me sinto revoltada por terem morrido mais de 1000 pessoas desta vez, fora todos os acidentes que já houve e os que estão para vir. Mas não é justo interromper um miúdo que fala com determinação da sua ambição, não é para ele e não o é também para aquelas pessoas que ela estava a tentar defender, que neste momento dão graças por conseguirem continuar a receber o ordenado mínimo em vez de estarem em casa. Achei completamente despropositado e desadequado, não gosto da ideia de tornar estas coisas virais em que cada um partilha e manda um palpite para o ar como acontece no fb mas achei curioso a forma como nós, as pessoas que fazem um país, conseguem ser tão irracionais em duas coisas distintas. Espero, sinceramente, que o Martim e muitos iguais surjam e nos façam voltar a crer que o que é português é bom, por razões válidas e não por um amor estúpido à camisola.


2 comentários:

  1. Este rapaz falou extremamente bem e respondeu perfeitamente à pergunta desadequada da senhora. Miúdos assim é que fazem falta no país!

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  2. Numa grande quantidade de casos, existem professores universitários, doutorado e com muitas teorias sobre tudo que não conhecem o "mundo lá fora", desconhecem por completo a realidade do desemprego, da falta de rendimento e sobretudo, não têm ideias originais, "novas". Os modelos é que interessam.... Aquela senhora não sabe certamente o que é estar desempregado e rezar que um emprego de 485 euros apareça. Custa-me que as universidades estejam recheadas de idealistas e não de "idiotas" com ideias concretas e práticas.

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