quarta-feira, 22 de maio de 2013

Os meus ricos vizinhos

Na minha aldeia além de sermos todos vizinhos somos todos primos, tal ela é tão pequena. Vim para o Porto com a sensação de que nunca ia voltar a sentir o mesmo pelos meus vizinhos e não podia estar mais enganada. Uma das coisas que me faz ser apaixonada por esta cidade é que nem no primeiro mês em que chegámos aqui nos sentimos sozinhos e isso nunca vou esquecer. No coração desta gente cabe sempre mais um e o Porto é a minha casa, mesmo quando formos embora vai continuar a ser e desejo voltar a viver cá, um dia que volte a Portugal. Aqui à porta de casa somos todos amigos, especialmente porque os animais também aproximam muito as pessoas e então com cães somos umas 10 casas diferentes em que as pessoas estão quase todos os dias juntas. Ontem não foi excepção e soube que a minha vizinha está grávida! Sabia que já andavam a tentar a algum tempo e estou felicíssima por eles, acho que depois de ela me ter dito e de ter ficado a pensar nas coisas é que dei conta do quanto já gosto dela! Inevitavelmente a minha faceta mais lamechas, que é tão grande, veio para casa a matutar que não vamos acompanhar a gravidez, que não vamos cá estar quando o bebe nascer e etc. Vamos separar-nos de tudo e todos e começar do 0. A avó de uma amiga minha que esteve na Alemanha diz que arranjou uma "doença de nervos na emigração" e eu que já ando com lágrima no olho desde Fevereiro também já encomendei uma para mim. Este é só mais um momento do dia em que fico com o coração pequenino quando me dou conta de certas coisas, depois clarifico as ideias e sei que vai ser o passo mais importante das nossas vidas e que o Porto estará sempre aqui à nossa espera. E acredito que toda a gente boa que ele tem também. Muitos parabéns R.!

2 comentários:

  1. Sei bem como isso é. A diferença é que eu não tive assim tanto tempo para andar a matutar nas coisas, tive que decidir e mudar-me rapidamente pois não conseguiamos pagar uma casa, comida, etc só com o meu ordenado.
    Basicamente, só depois de cá estar é que fui sentindo a falta e pensando nas pessoas, nas coisas, nos locais... E vim embora quando a minha cunhada estava grávida de 6 meses. Ainda não conheço o meu sobrinho pessoalmente, já tem quase 8 meses ele... é uma porcaria quando me meto a pensar nestas coisas... bah!

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  2. mesmo, nem vale a pena senão uma pessoa fica maluca! eu já me sinto antes de ir embora, que fará tu.

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